Olá pessoal, Bem
vindos ao Livro do Mestre.
Este é o post
inaugural do blog e também da minha futura nova campanha de Pathfinder,
marcando minha volta ao D20 depois de ter jurando que nunca mais iria mestrar
essa bagaça.
Neste post vou fazer
um resumo básico do cenário em que o jogo vai acontecer. Muita coisa não tá
decidida ainda, então aceito sugestões, principalmente para nomes, que são um
ponto fraco meu (vocês vão perceber mais abaixo).
************************************
Ponto de partida da
campanha
O jogo vai começar em uma cidade litorânea chamada Portosul,
que fina na beira de uma baía, no lado Sul. No lado norte da baía existe outra
cidade chamada... Portonorte! E assim eu
me livro de dois nomes com uma cajadada só.
As duas cidades costumavam ser cidades mercantes bastante
prósperas, recebendo navios dos reinos ao Leste, que traziam seda, especiarias
e outras mercadorias exóticas muito lucrativas. A baía fica numa região
fronteiriça do reino, comandada por nobres poderosos, que defendem o território
em caso de ataques reino vizinho ao norte(nomes dos reinos, da baía, da região
e dos nobres, ainda por decidir :P).
É importante deixar claro aqui que este não é um cenário
urbano. Portosul e Portonorte são as únicas cidades grandes num raio de
centenas de quilômetros. As outras localidades são vilarejos menores aos pés
dos castelos e fortalezas dos lordes e das abadias da igreja, que também
fornece proteção aos fiéis em troca de servidão, da mesma forma que os nobres.
A relação entre Portosul e Portonorte sempre foi de
rivalidade comercial. Os mercadores de ambas as cidades competiam ferozmente
pelos carregamentos que chegavam à baía, e também por compradores para os quais
pudessem vender as mercadorias.
Tudo isso mudou há três anos atrás, quando a baía foi
amaldiçoada. Durante uma noite igual a outra qualquer, o nível das águas subiu
subitamente, inundando as terras mais baixas, e forçando a
população a abandonar as casas ancoradouros e outras estruturas tomadas pela
agua. O caos foi tão grande que poucas pessoas prestaram atenção aos ruídos
que vinham do interior da baía. Estrondos altos que alguns confundiram com
trovões, apesar de não haver nenhuma nuvem no céu, acompanhados sons
borbulhantes e rugir de águas.
Ao amanhecer os navios que estavam ancorados nas aguas na
baía vieram à terra aos pedaços. Cascos desmantelados, mastros partidos,
mercadorias espalhadas e arruinadas pela agua. Mas nenhum corpo surgiu junto
com os escombros e nenhum sinal das tripulações dos navios foi encontrado.
Tomados pelo medo, e sem saber o que havia causado tanta
destruição, os capitães de vários navios atracados nos portos decidiram zarpar
e fugir, deixando pra trás mercadorias e pagamentos. Assim que as primeiras
embarcações alcançaram as aguas profundas, tentáculos gigantescos emergiram das
profundezas e as atingiram, se enrolando nos cascos e os partindo em pedaços,
enquanto tentáculos menores podiam ser vistos agarrando as pessoas que eram
jogadas na água e as arrastando para o fundo, para nunca mais serem vistas.
![]() |
Salvem o tesouro! Salvem o tesouro! |
O pânico logo tomou conta das pessoas. Nenhum navio podia
navegar na baía, e os poucos sobrevivente atracados nos portos não poderiam
sair com o passar dos dias até as aguas mais rasas eram atacadas
ocasionalmente, e pessoas que estivessem na agua eram puxadas por tentáculos
que vinham do fundo.
Ninguém conseguia
explicar os ataques. Os estudiosos só conseguiam concordar que os tentáculos
não eram de nenhuma criatura conhecida,
pois nem o maior dos krakens possuía tentáculos tão longos, capazes de
se enrolar várias vezes ao redor de um navio sem que o corpo do monstro ficasse
visível na superfície.
Os sacerdotes do templo de Bagiennik, deus do mar, acusaram
os habitantes de abandonar os deuses antigos, e afirmaram que Bagiennik havia
amaldiçoado a baía como castigo. Logo depois disso a igreja da Divina Trindade
acusou o templo de Bagiennik de ter trazido o mal aos fiéis, e incitou a
destruição do templo. Em pouco tempo a maioria dos templos e santuários antigos
da região foram destruídos, e aqueles que ainda adoravam a antiga religião eram
perseguidos ainda mais ferozmente do que o normal, mas isso não pareceu
diminuir a fúria dos tentáculos (detalhes sobre religião mais pra frente).
Quando culpar os deuses não surtiu o efeito esperado, as
pessoas se viraram umas contra as outras. Os governantes de Portosul acusaram
Portonorte de ter se aliado com o reino vizinho do norte e trazer a maldição
para destruir a cidade do sul. Já os habitantes de Portonorte lembraram que o
templo de Bagiennik ficava em Portosul, e que se havia algum culpado pela
maldição eram os hereges desta cidade profana.
Logo a guerra começou. Ambas as cidades apelaram para o
poderio dos lordes locais, mas receberam pouca ajuda, pois os próprios nobres
não sabiam o que fazer nesta situação e resolveram se manter à distancia.
Companhias de mercenários foram então contratadas, e batalhas foram travadas às
margens da baía, pois não havia como utilizar embarcações de guerra nas águas
hostis.
Durante os últimos três anos diversas companhias, ordens e
irmandades passaram pela baía apoiando um lado ou outro do conflito. Mas com o
passar do tempo os recursos das famílias patrícias diminuíram, o ouro dos
mercadores se esgotou, e muitos abandonaram a luta.
A campanha vai iniciar em uma época em que o conflito está
esfriando devido ao abandono dos combatentes e habitantes das cidades. Ambas as cidades estão arruinadas, não há
dinheiro nem comida e armas. O povo foge para jurar lealdade aos lordes dos
castelos e os patrícios das cidades buscam por uma saída para a situação em que
se encontram.
Religião
Como a campanha vai ter um tom bem medieval, é importante
comentar sobre as religiões do cenário. Basicamente vão existir duas religiões.
Uma religião antiga, de deuses que andam pela terra, e interferem diretamente
nos assuntos dos mortais, e uma religião mais nova trazida por um povo que
dominou vários reinos através da guerra a poucos séculos atrás.
A religião antiga ainda esta pouco definida, mas ela não vai
ter um nome. Vai ser uma religião parecida com a grega, onde todos os deuses
são aparentados, e vivem em lugares que são acessíveis no plano material
(teoricamente se você subisse ao topo do Olimpo poderia bater um papo com Zeus,
ou ser torrado por um raio dele). Os deuses em si também vão passear por aí de
vez em quando, mas isso será algo raro. O único deus que já está definido será Bagiennik,
o deus do mar, cujo templo em Portosul foi destruído, mas pretendo ter pelo
menos mais um deus bem importante com um templo acessível aos jogadores.
Os templos dos deuses
antigos não possuem uma organização. Basicamente cada templo é independente e
os sacerdotes fazem o que quiserem sem dar satisfação a outros templos,
chegando inclusive a ter tido guerras devido a conflitos entre templos, até
mesmo entre templos do mesmo deus.
Eu não recomendo que os jogadores sejam fiéis da religião
antiga, a não ser que gostem de desafios. Também não recomendo que sejam ateus,
por razões que vou explicar mais pra frente.
A religião nova é a igreja da Divina Trindade, e será bem
parecida com o cristianismo em termos de organização. Esta religião terá apenas
três deuses, que nunca vão se manifestar na terra, e não podem ser “visitados”
como os deuses antigos, sendo que seu poder se manifesta apenas através dos
seus fiéis. A Divina Trindade foi trazida pelos Canamitas, um povo que marchou
sobre vários reinos, sob a liderança de um líder sagrado escolhido pela
Trindade para trazer a sua palavra aos outros povos, sendo que a região do jogo
será bem na fronteira da terra dos fiéis, e o reino ao norte ainda segue a
religião antiga. O império Canamita caiu a cerca de 200 anos atrás, mas a
religião persistiu, porque ao contrario da antiga é organizada, hierarquizada,
e “cuida” muito melhor dos fiéis oferecendo serviços médicos, justiça, proteção
e fazendo doações aos pobres.
Os três deuses que compõem a trindade possuem nomes
poderosíssimos capazes de dar poderes a uma pessoa apenas por conhece-los.
Assim sendo esse é considerado um conhecimento cabalístico possuído apenas por
membros muito poderosos da igreja (e assim eu espertamente me livro de mais
três nomes. YES!), mas os três possuem títulos que são bem conhecidos por
todos:
Senhor da Justiça. O deus dominante da trindade. Seu símbolo
é uma espada. Traz ordem, justiça e proteção aos fiéis. Seus templos são
tribunais, fortalezas e igrejas.
Senhor da Pureza. Seu símbolo é uma chama. Protege as almas
a mente e a honra dos fiéis. Seus templos são monastérios, hospitais e escolas.
Senhor da Fraternidade. O mais gentil dos deuses, prega a
paz, a vida e o amor fraternal entre os fiéis. Seu símbolo é um coração. Seus
poucos templos são pequenas paróquias regionais dedicados à caridade.
Existem também outras “Forças” as quais os mortais costumam
recorrer. A principal delas são as forças demoníacas, que clamam as almas de
todos aqueles que não forem reclamados por algum deus, e que costumam ser
invocados por alguns ainda vivos. Os poderes demoníacos se fortaleceram muito
com a chegada da Trindade, pois muitos apelavam ao seu poder como vingança
contra os conquistadores, mas todos os que são encontrados adorando os demônios
são julgados e queimados na fogueira. Até mesmo na religião antiga estas
pessoas são consideradas hereges e executadas.
Outra fonte de poder são os espíritos, que vagam pelo mundo
ou habitam alguns lugares sagrados. Eles não demandam adoração e não oferecem
proteção, mas sua amizade é muito valiosa, e aqueles que a conseguem podem se
tornar espíritos também ao partir do mundo físico. Os druidas e a maioria dos
rangers seguem os espíritos.