domingo, 18 de setembro de 2011

Bem Vindos


Olá pessoal, Bem vindos ao Livro do Mestre.

Este é o post inaugural do blog e também da minha futura nova campanha de Pathfinder, marcando minha volta ao D20 depois de ter jurando que nunca mais iria mestrar essa bagaça.
Neste post vou fazer um resumo básico do cenário em que o jogo vai acontecer. Muita coisa não tá decidida ainda, então aceito sugestões, principalmente para nomes, que são um ponto fraco meu (vocês vão perceber mais abaixo).

************************************

Ponto de partida da campanha
O jogo vai começar em uma cidade litorânea chamada Portosul, que fina na beira de uma baía, no lado Sul. No lado norte da baía existe outra cidade chamada... Portonorte! E  assim eu me livro de dois nomes com uma cajadada só.

As duas cidades costumavam ser cidades mercantes bastante prósperas, recebendo navios dos reinos ao Leste, que traziam seda, especiarias e outras mercadorias exóticas muito lucrativas. A baía fica numa região fronteiriça do reino, comandada por nobres poderosos, que defendem o território em caso de ataques reino vizinho ao norte(nomes dos reinos, da baía, da região e dos nobres,  ainda por decidir :P).

É importante deixar claro aqui que este não é um cenário urbano. Portosul e Portonorte são as únicas cidades grandes num raio de centenas de quilômetros. As outras localidades são vilarejos menores aos pés dos castelos e fortalezas dos lordes e das abadias da igreja, que também fornece proteção aos fiéis em troca de servidão, da mesma forma que os nobres.

A relação entre Portosul e Portonorte sempre foi de rivalidade comercial. Os mercadores de ambas as cidades competiam ferozmente pelos carregamentos que chegavam à baía, e também por compradores para os quais pudessem vender as mercadorias.

Tudo isso mudou há três anos atrás, quando a baía foi amaldiçoada. Durante uma noite igual a outra qualquer, o nível das águas subiu subitamente, inundando as terras mais baixas, e forçando a população a abandonar as casas ancoradouros e outras estruturas tomadas pela agua. O caos foi tão grande que poucas pessoas prestaram atenção aos ruídos que vinham do interior da baía. Estrondos altos que alguns confundiram com trovões, apesar de não haver nenhuma nuvem no céu, acompanhados sons borbulhantes e rugir de águas.

Ao amanhecer os navios que estavam ancorados nas aguas na baía vieram à terra aos pedaços. Cascos desmantelados, mastros partidos, mercadorias espalhadas e arruinadas pela agua. Mas nenhum corpo surgiu junto com os escombros e nenhum sinal das tripulações dos navios foi encontrado.

Tomados pelo medo, e sem saber o que havia causado tanta destruição, os capitães de vários navios atracados nos portos decidiram zarpar e fugir, deixando pra trás mercadorias e pagamentos. Assim que as primeiras embarcações alcançaram as aguas profundas, tentáculos gigantescos emergiram das profundezas e as atingiram, se enrolando nos cascos e os partindo em pedaços, enquanto tentáculos menores podiam ser vistos agarrando as pessoas que eram jogadas na água e as arrastando para o fundo, para nunca mais serem vistas.

Salvem o tesouro! Salvem o tesouro!


O pânico logo tomou conta das pessoas. Nenhum navio podia navegar na baía, e os poucos sobrevivente atracados nos portos não poderiam sair com o passar dos dias até as aguas mais rasas eram atacadas ocasionalmente, e pessoas que estivessem na agua eram puxadas por tentáculos que vinham do fundo.   

Ninguém conseguia explicar os ataques. Os estudiosos só conseguiam concordar que os tentáculos não eram de nenhuma criatura conhecida,  pois nem o maior dos krakens possuía tentáculos tão longos, capazes de se enrolar várias vezes ao redor de um navio sem que o corpo do monstro ficasse visível na superfície.

Os sacerdotes do templo de Bagiennik, deus do mar, acusaram os habitantes de abandonar os deuses antigos, e afirmaram que Bagiennik havia amaldiçoado a baía como castigo. Logo depois disso a igreja da Divina Trindade acusou o templo de Bagiennik de ter trazido o mal aos fiéis, e incitou a destruição do templo. Em pouco tempo a maioria dos templos e santuários antigos da região foram destruídos, e aqueles que ainda adoravam a antiga religião eram perseguidos ainda mais ferozmente do que o normal, mas isso não pareceu diminuir a fúria dos tentáculos (detalhes sobre religião mais pra frente).

Quando culpar os deuses não surtiu o efeito esperado, as pessoas se viraram umas contra as outras. Os governantes de Portosul acusaram Portonorte de ter se aliado com o reino vizinho do norte e trazer a maldição para destruir a cidade do sul. Já os habitantes de Portonorte lembraram que o templo de Bagiennik ficava em Portosul, e que se havia algum culpado pela maldição eram os hereges desta cidade profana.

Logo a guerra começou. Ambas as cidades apelaram para o poderio dos lordes locais, mas receberam pouca ajuda, pois os próprios nobres não sabiam o que fazer nesta situação e resolveram se manter à distancia. Companhias de mercenários foram então contratadas, e batalhas foram travadas às margens da baía, pois não havia como utilizar embarcações de guerra nas águas hostis.

Durante os últimos três anos diversas companhias, ordens e irmandades passaram pela baía apoiando um lado ou outro do conflito. Mas com o passar do tempo os recursos das famílias patrícias diminuíram, o ouro dos mercadores se esgotou, e muitos abandonaram a luta.

A campanha vai iniciar em uma época em que o conflito está esfriando devido ao abandono dos combatentes e habitantes das cidades.  Ambas as cidades estão arruinadas, não há dinheiro nem comida e armas. O povo foge para jurar lealdade aos lordes dos castelos e os patrícios das cidades buscam por uma saída para a situação em que se encontram.

Religião

Como a campanha vai ter um tom bem medieval, é importante comentar sobre as religiões do cenário. Basicamente vão existir duas religiões. Uma religião antiga, de deuses que andam pela terra, e interferem diretamente nos assuntos dos mortais, e uma religião mais nova trazida por um povo que dominou vários reinos através da guerra a poucos séculos atrás.

A religião antiga ainda esta pouco definida, mas ela não vai ter um nome. Vai ser uma religião parecida com a grega, onde todos os deuses são aparentados, e vivem em lugares que são acessíveis no plano material (teoricamente se você subisse ao topo do Olimpo poderia bater um papo com Zeus, ou ser torrado por um raio dele). Os deuses em si também vão passear por aí de vez em quando, mas isso será algo raro. O único deus que já está definido será Bagiennik, o deus do mar, cujo templo em Portosul foi destruído, mas pretendo ter pelo menos mais um deus bem importante com um templo acessível aos jogadores.

Os templos dos deuses antigos não possuem uma organização. Basicamente cada templo é independente e os sacerdotes fazem o que quiserem sem dar satisfação a outros templos, chegando inclusive a ter tido guerras devido a conflitos entre templos, até mesmo entre templos do mesmo deus.

Eu não recomendo que os jogadores sejam fiéis da religião antiga, a não ser que gostem de desafios. Também não recomendo que sejam ateus, por razões que vou explicar mais pra frente.

A religião nova é a igreja da Divina Trindade, e será bem parecida com o cristianismo em termos de organização. Esta religião terá apenas três deuses, que nunca vão se manifestar na terra, e não podem ser “visitados” como os deuses antigos, sendo que seu poder se manifesta apenas através dos seus fiéis. A Divina Trindade foi trazida pelos Canamitas, um povo que marchou sobre vários reinos, sob a liderança de um líder sagrado escolhido pela Trindade para trazer a sua palavra aos outros povos, sendo que a região do jogo será bem na fronteira da terra dos fiéis, e o reino ao norte ainda segue a religião antiga. O império Canamita caiu a cerca de 200 anos atrás, mas a religião persistiu, porque ao contrario da antiga é organizada, hierarquizada, e “cuida” muito melhor dos fiéis oferecendo serviços médicos, justiça, proteção e fazendo doações aos pobres.

Os três deuses que compõem a trindade possuem nomes poderosíssimos capazes de dar poderes a uma pessoa apenas por conhece-los. Assim sendo esse é considerado um conhecimento cabalístico possuído apenas por membros muito poderosos da igreja (e assim eu espertamente me livro de mais três nomes. YES!), mas os três possuem títulos que são bem conhecidos por todos:

Senhor da Justiça. O deus dominante da trindade. Seu símbolo é uma espada. Traz ordem, justiça e proteção aos fiéis. Seus templos são tribunais, fortalezas  e igrejas.

Senhor da Pureza. Seu símbolo é uma chama. Protege as almas a mente e a honra dos fiéis. Seus templos são monastérios, hospitais e escolas.

Senhor da Fraternidade. O mais gentil dos deuses, prega a paz, a vida e o amor fraternal entre os fiéis. Seu símbolo é um coração. Seus poucos templos são pequenas paróquias regionais dedicados à caridade.

Existem também outras “Forças” as quais os mortais costumam recorrer. A principal delas são as forças demoníacas, que clamam as almas de todos aqueles que não forem reclamados por algum deus, e que costumam ser invocados por alguns ainda vivos. Os poderes demoníacos se fortaleceram muito com a chegada da Trindade, pois muitos apelavam ao seu poder como vingança contra os conquistadores, mas todos os que são encontrados adorando os demônios são julgados e queimados na fogueira. Até mesmo na religião antiga estas pessoas são consideradas hereges e executadas.

Outra fonte de poder são os espíritos, que vagam pelo mundo ou habitam alguns lugares sagrados. Eles não demandam adoração e não oferecem proteção, mas sua amizade é muito valiosa, e aqueles que a conseguem podem se tornar espíritos também ao partir do mundo físico. Os druidas e a maioria dos rangers seguem os espíritos.